No caminho, aflito o coração
Sofria a ânsia d´uma conquista
Em uma distância que auferia
Em torno do ideal maior refletia.
Na estrada, impressões são deixadas
No mais sublime ato humano, marcadas
Pelo tempo de ajudar gestantes dar à luz
A vida tem nisso também sua realeza.
Na Maternidade os olhares indagadores
Ausculta-se o coração do pequeno bebê,
Os batimentos cárdio-fetais estão normais
Dá para sentir o corpinho se movimentando...
Mas, resta escutá-lo também n´alma
Perceber a inquietação nesta chegada
E conhecer as suas expectativas,
Seus desejos, seus sonhos de menino(a)...
As dores das contrações
- Medida da alegria vindoura -
A mulher sofre resoluta –
Importa nascer, ouvir o choro
Imaginem, era meu primeiro parto
Ele está nascendo - será sua luz,
Seu amor - na suprema realização
- No ato de ser mãe, rainha da vida.
E me perdi nas divagações
Em torno do primeiro bebê
Que minhas mãos colheram,
Estava mais ansioso que a mãe
Mirando seu semblante,
Imaginando as aspirações futuras
Escondidas numa bela página vital
No diário aberto por todas as mães.
AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em 1977.
Arte por Van Gogh ~ mãe e filho.