Poemas : 

Partilha (Armistício dos sapos)

 
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Meu caro sapo que vive na margem
direita da poça d’água maravilhosa,
em terras de Araribóia

Como sabes, a poluição anda a solta
E prova maior, se é que é necessária
mais alguma prova, é o crescimento
desenfreado das gigogas no canal da
República dos Estados Unidos da Barra

Macaco prego anda comendo banana de
Dinamite... Há quem ria, eu sei, mas é verdade
Do desaparecimento dos insetos então já
nem se fala. Borboleta anda tão escassa...
Mas a fome, xará, é a pior das desgraças

Por isso venho propor: Já que estamos
De olho na última que restou, vamos
dar um tempo neste clima de terror
que a guerra deixou, e dividir a bóia

Tu ficas com o corpo, não me importo
Eu levo a alma e as asas, e saio de fininho
Enquanto enches o bucho, que sorte!
Eu tiro uma onda de bonzinho...

Primeiro faço ar de anjo que nunca
faz trapaça... Depois vôo direto para
além mar, e como aquela grilinha palhaça...

Assim que ela sair das sombras
de braços abertos, e ameaçar
dar um pulo na grama do jardim
que fica naquela casa defronte à praça


Rudá

 
Autor
José-Rudá
 
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