Queres saber quem eu sou?
Eu sou um destemido trovão
ecoando na turva imensidão,
que ninguém viu, ninguém notou.
Sou a ira nascida da cinza;
O pó de vento, a ventania...
Aquele a qual ninguém via
deslizar no dia ranzinza.
Sou escravo do casto engano,
a terra em sua vasta camada;
Aquele que vê em todo plano;
E, apesar de aparentar vessada,
sou pântano no universo de pano;
Onde tudo é renda, e sou eu nada.