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Miséria

 
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Longas são as noites em que espero a alvorada da minha alma. Muitas são as luas que passam nesta rua estreita onde mora o meu passado. Porque fiquei num tempo incerto, procuro-me nos olhares de quem passa, esperando um minuto que sorria. Estendo a mão ao vazio, na incerteza de um alimento que me mantenha de sangue quente. Perdi tudo… até o meu corpo, gastei-o em troca de alucinações. Agora, sou estátua de braço estendido à espera de bondade que atenue a minha dor, e que me entregue, finalmente, ao último suspiro…

(reeditado http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=57856)
 
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Tália
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/11/2009 18:47  Atualizado: 09/11/2009 18:47
 Re: Miséria
Que dor, que arrepio ! Não tem forma de aliviar essa mágoa? Eu também já virei estátua ... várias vezes ... mas é preciso ser,como diria o Zeca, "uma estátua de fogo a arder"...

Tudo de bom

Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 09/11/2009 19:27  Atualizado: 09/11/2009 19:27
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 Re: Miséria
Um tema doloroso e o poeta vestindo-lhe a pele e sofrendo em sintonia...

Abraçooo!
Abílio

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 09/11/2009 19:55  Atualizado: 09/11/2009 19:55
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 Re: Miséria
Lindo este teu texto poético, nostálgico mas de muita beleza.
Viramos esttátua muitas vezes, mas nem sempre conseguimos grangear nem sequer um sorriso ou um gesto de carinho.

beijo
rosa

Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 09/11/2009 20:31  Atualizado: 09/11/2009 20:31
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 Re: Miséria
Belo e audaz colóquio de alguém (não necessariamente a autora) que tem as próprias representações, por sinal angustiantes, acerca de si e da vida.
Abraço.