Se, um dia, á deriva te encontrar
Dá-me a tua mão, não te deixes ir
Deixa-me nas tuas águas navegar
Sentir a tua ondulação, o teu refluir
Sentir cada maré e concluir
Que só é em ti, quero naufragar
Leva-me nas tuas vagas, dá-me um leito
Em que este meu corpo imperfeito
Se acolha, na tua foz, no teu mar
E, se, a teu caudal eu encontrar
Abre-me as tuas ondas
Para nelas naufragar.
Gil Moura