Sinistro astro de chamas acesas
Nasce nos lábios do firmamento;
Dos cabelos quatro elementos;
Dos olhos colorais labaredas!
Fulge raios austrais da beleza
Beijada pelo deus dos ventos
Num espetáculo da natureza
Que não cai no esquecimento...
Vai o vento levando folhas decíduas
Pela estratificação da estratosfera...
São folhas as lágrimas da face caída
Lavando o sulco das rugas da Terra...
São lágrimas as pérolas das chuvas
Que fazem verdejar toda bela plantação;
São pó e partículas de nuvens escuras
Que lavam a poeira vermelha do chão;
Bálsamo refrigerante das minhas feridas;
Rios que banham e fartam toda população
Criando traços de ilusões em minhas retinas...
Aí é que me ardo todo e todo me inflamo!
Afogo-me nas lâminas que eu choro!
O astro eras tu, meu mundo rosa e azul;
A mulher morena que eu tanto amo;
Que me remoçou e que tanto adoro;
Que me fez novamente ser feliz e amar!
Vieste como uma santa em vestes brancas.
Dirijo-te círios... Erijo-te um altar...
Astro reluzente das chamas fulvas acesas,
Olho do mundo encantado onde sou rei....
No meu cristalizado castelo te faço princesa!
Incrusto diamantes e coloro da cor do sol
Aquele vestido de linho que um dia te dei
Após noitada boa entre o manchado lençol
Quando quebrantamos a santa sacra lei
Matando nossos desejos aos beijos no arrebol!
Beijos! Te amo!
Gyl Ferrys