Ainda que por vezes em meu trilho errante
sem saber qual o alcance de minhas palavras
e se estas surtem efeito ante os que escutar
se demove, escondidos e sem voz,
dos amigos o caminho a descobrir é motivo
de orgulho e de honra em cada palavra dita
depositando-me a mais pura das amizades.
Quem me dera estender-lhes uma corda de
músculos e dignificar uns e outros ser nervos
e coração que a qualquer momento desse alento
a suas vidas e assim se sentissem valorizados e
importantes perante uma sociedade que se
esqueceu de todo o valor dos sentimentos de onde
um simples estender de mão tinha significado maior.
Caminho errante entre tragédias, geadas e degraus
de escadas, onde dormem moribundas várias famílias
que fizeram da rua seu lar e do céu o seu tecto, que não
as cobre das intempéries, sendo que as de alma neste
processo jurídico-legal agridem muito mais, tal qual
animais enjaulados. E embora eu tenha amigos que se
preocupam comigo e me comovem, como a paz aqui?
Jorge Humberto
06/11/09