Acordei como se estivesse imensa,
O universo cabendo no meu olhar.
“Que bobagem!” -Dirá aquele que pensa.
“Nos olhos cabem o infinito e o mar”.
Eu, a me sentir maior, sinto o vazio,
Uma distância crescente entre nós,
Um romper do que seríamos, atroz,
Que desmistifica o nosso perfil.
Por que os olhos são maiores que a alma,
Se por estes a vida passa rápido?
Será por que deixa seu gosto cálido?
Porém, tudo dentro do olhar se espalha,
Presentemente me sinto infinita,
A tal ponto de perder tua guarita.
(Luciene Lima Prado)