Meia noite!
Dizem os especialistas em criminologia que é a hora do crime, mas nem sempre.
Quantas meias noites boas eu passei e estou convencido que muitos de entre vós senão todos, tiveram meias noites ou mesmo noites inteiras em beleza
Noite escura, e com muita humidade, o nevoeiro era denso e não se via um palmo à frente do nariz.
Tinha havido festa, e aquela hora havia muita gente que começava a voltar `ás suas casas depois de uma parte de noite bem passada, bem comida e bem bebida e com uns bailaricos à mistura e mesmo um sessão de fados que não faz mal a ninguém e até dá emoção por vezes lágrimas ouvindo os fadistas cantando com muito sentimento
Mas dizia eu, numa dessas vielas ouviram-se gritos de mulher que não se sabia bem se podia socorro ou outra coisa qualquer.
Situei o local de onde vinham esses gritos e em passos largos apresei-me para ir ver o que se passava. e vi uma mulher deitada no chão e um homem que a tentava violar.
-Oiça lá ò amigo, e puxando-o pela gola do casaco comecei a tentar liberar a senhora.
O homem levantou-se, e deu-me cá uma berlaitada que não foi brincadeira nenhuma, respondi à agressão e a senhor que entretanto se tinha levantado veio até mim e agrediu-me também.
Fiquei sem pinga de sangue. Então eu vinha para evitar que ela fosse violada e fui agredido por ela, não compreendia nada.
-Então a senhora agride-me? Eu que vim para a ajudar.-
-Para me ajudar? Olha que essa é boa! Então o senhor chegou aqui agrediu este senhor e dia-me que vinha para me ajudar?
-Pode crer que sim, ouvi a senhora gritar e...
-É verdade que gritei, mas não estava a ser violada,gritei a pedir ajuda, é que ele já bebeu um copo a mais e em cima de mim eu não me mecher então eu gritava para que alguém me ajudasse retirar a cuequinha, pois que ele em cima de mim e já com os copos não conseguia, eu queria simplesmente que alguém me ajudasse a retirar a minha calcinha, repito e senhor já me estragou a noite.
A. da fonseca