Quando o silencio se cala
Nos momentos de reflexão,
Nos momentos de solidão,
Calou-se a voz do silencio
Que ao abraçar-me emudeceu
O tempo, que ao longe deixou
Por um segundo disfarçar
O desejo fazendo a espera findar
No mar de ilusão.
Nos momentos de aflição
Calou-se o pensamento nas águas
Do tormento, lamentando as horas
Infindas em que a flor se dispersa
Ao vento, espalhando o seu perfume
Para longe daqueles que amam.
Calou-se a voz da verdade...
Que viu o sonho da liberdade
Voando para o mundo da eternidade.
Calou-se o coração que esperou
Um pequeno gesto; gesto de carinho,
Uma palavra de amizade...
E um pequeno gesto de amor.
Quando o silencio se cala
Cala também a emoção
Que se encarrega de trancar
A voz de um trovador que canta com
A alma e chora com a paixão!
Izaura N. Soares
Izaura N. Soares