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Gasto horas admirando um relógio parado.
Seus ponteiros tão gastos não giram mais.
Sua corda arrebentou, já de tão usado
e seus números são apenas números banais.
Nada ele marca, apenas fica aqui.
Enfeitando uma parede que pede uma pintura.
E das horas que já marcou, já nem lembra,
ignora que já foi a visão macabra da amargura.
Aposentou os minutos e adormece em silêncio.
Jáz o tempo que marcou em cada batida,
como horas mortas,
que o tempo enterrou para sempre,
dentro de alguma vida.
Acima de todo céu chuvoso, nos espiam as estrelas mais brilhantes.Radiante
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