sento-me no canto
De um intimo pensamento,
precisamente naquela parte
que me envolve e prende à ilusão da realidade,
e vejo assim alucinado
o passar corrente dos dias,
o chegar de outros, sem encanto
opacos de cor ou especie de movimento...
e assim me vejo também sem arte
ou engenho para enganar a ansiedade
onde caí...Sobre sonhos, me tenho debruçado,
mas qual o sentido? se só neles sinto alegrias,
e até numa ilusória realidade a dor é o manto
com que me cubro no escuro do esquecimento...
Paulo Alves