Crê-me, ensaiei de todo o possivel jeito,
Apagar-te da minha vida!
Não consegui, nem consigo, no peito
Absorto, restou do amor apenas a ferida…
Amo-te, oh! Se te amo, e amar-te é já defeito!
A saudade, é como bandeira, na alma embutida,
E assim prosigo, mesmo contrafeito,
O propósito triste, de uma história repetida
Onde doi tanto lembrar-me por ti esquecido!
Qual sonho inalcansado nos mantos do pudor
Se viu por mim asfixiado ou oprimido?
Qual será propriamente a maior dor,
Ter-te amado, e logo perdido,
Ou ter-te perdido e só depois ver que era amor?…
Paulo Alves