Poemas : 

peep show

 
Insiro a moeda na ranhura.
Entras em cena semi-nua
pura,
na queda do véu que cobre o espelho.
Sei que não me vês.
Sei que te miras
na concretização
de mais uma exibição
lúbrica.
Tocas-te, no meio da dança
em torno do varão inoxidável.
Não sei com que mão me toco,
com que mão me masturbo
e perturbo
a solidão ao meu lado,
a faço corar.
A cada três minutos, mais um euro…


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/11/2009 14:48  Atualizado: 04/11/2009 14:48
 Re: peep show
isto é "show de bola".
50 euros número de telefone?
cumprimentos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/11/2009 15:23  Atualizado: 04/11/2009 15:23
 Re: peep show
ler este poema. assim como o ato; um gozo sem risco.

fraterno abraço.
Silveira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/11/2009 17:35  Atualizado: 04/11/2009 17:35
 Re: peep show
realmente, que "peepo" de show!
vá gamar ó catano!

abraço

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 05/11/2009 13:45  Atualizado: 05/11/2009 13:45
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: peep show
Isso de pagar a solidão é mesmo amargo... Mas o poema está muito bom. Beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/05/2017 13:34  Atualizado: 30/05/2017 13:34
 Re: peep show
a poesia deve ser desinibida se quiser lucrar umas exibições