Hoje escrevo-te para que saibas que dispenso
Tua presença embora ainda me sinta tentado
A não escrever. Mas é necessário.
Para que saibas que entre nos já não existe
Companheirismo, não fidelidade nem
Lealdade. Você foi por longos anos, minha
Melhor companhia.
Na ausência de tantos outros sentimentos que
Não consegui exprimir, você não me deixou,
Esteve sempre presente. Quando fiquei no
Abandono, lá estava você. Quando não tive
Amigos, era você que nas letras das canções
Falava, vociferava, e se fazia presente.
Você solidão, sempre me viu e exibiu como troféu,
Sempre fez questão de em mim estampar o sinal
De que você era minha melhor companhia. Por isso
Sempre me olhei e fui olhado como se olha para alguém
Abandonado. Mas eu era mais.
Eram complacentes os olhares por isso
Minha presença enfadonha.
Em minhas palavras não havia suavidade.
Nelas sempre soava e se sentia
O odor do desprazer de quem sempre
Na depressão de alguma vivência vivia.
Hoje, solidão, tenho a felicidade de te demitir.
Na actual circunstancia você é indesejada e
Não há espaço para convivência! O sorriso
Que hoje trago e os sentimentos
Que a experiência me trouxe fizeram-me
Solidário comigo.
" A espantosa realidade das coisas é minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é. È difícil explicar a alguém quanto isso me alegra. E quanto isso me basta. Basta existir para ser completo."
Ando na luz da minha existência / E isto me basta.
Gleidston C.