Crónicas : 

O computador, o vírus e o mouse

 
Se há algo hoje em dia que está determinando a inserção do homem em um mundo considerado avançado, este algo é o computador. Ele é útil... Divertido... Funcional... Comunicativo... Necessário e outras coisas mais. Dizem algumas pessoas, não sei se são exageradas, que o homem que não utiliza o computador pode ser considerado um homem das cavernas. Porém existe, um outro, algo que preocupa e muito os usuários desta nova maravilha tecnológica, é o tal do vírus. Na verdade, nem sei quem foi o inventor deste bichinho tecnológico, mas que ele existe, existe. Aliás, hoje em dia temos também o tal do spy, do spam e outras coisas mais que perturbam os nossos momentos computacionais. Entre os vírus, existem os chamados worms, keyloggers, zumbis, os trojans, alguns até chamados de trojans horse, fico até imaginando se ele é parecido com um cavalinho. Enfim, nem é preciso dizer que existem pessoas com muita imaginação e inteligência neste mundo sendo usadas para o mal. Como diria o velho Batman: “Se ele tivesse usado a inteligência para o bem?”
Para aumentar a preocupação dos usuários de computador, chegam todos os dias pelos canais de televisão, notícias de hackers que invadem milhares de computadores; roubam senhas e informações e a partir delas, roubam o dinheiro dos correntistas de bancos. Outro fato apavorante é o número de pessoas desconhecidas, que estão todos os dias criando vírus novos e mais poderosos para infiltrar, não sei se esta seria a palavra mais adequada para o assunto, pois invadir ou infectar também cairiam bem, os computadores e promover desequilíbrio nos programas instalados nas máquinas.
Para lutar contra esses seres tecnológicos, instalamos as nossas “muralhas de defesa”, o tal do anti-vírus. Podemos escolher os pagos, que todo ano têm de ser pagos novamente para funcionarem em dia com precisão, pois têm de estar atualizados para se defenderem contra as novas criações tecnológicas do mal. Há também os grátis, os quais funcionam até...Não sei dizer até que ponto, mas funcionam.
Tudo isto, narrado até o momento, é para contar-lhes o que me aconteceu um certo dia, não me lembro ao certo a data, mas foi no ano de 2007. Já havia alguns dias, que eu me sentava frente ao computador e quando abria o programa de digitação de textos, eu sofria um bocado para digitar qualquer texto que fosse. A dificuldade era tanta, que no meio do texto, já tinha perdido toda a inspiração de escrevê-lo. Toda vez em que eu utilizava o mouse para destacar alguma coisa ou cricava frente a alguma letra, nem sei dizer direito o que é que acontecia, mas vou tentar; era para aparecer aquele tracinho característico do mouse ao lado da letra, mas ao invés disso, selecionava-se a linha inteira e se eu insistisse, tudo se embaralhava. Se eu cricava uma única vez em um ícone, era para acionar o copiar ou outra coisa qualquer, o ícone já se abria. Sinto muito, se você não entende nada de informática, fica difícil de entender do que estou falando, mas o assunto é sério. Meu Deus! A primeira coisa a vir na minha mente: “meu computador está infectado por um vírus”. Olhei para a tela do monitor e pensei: “e agora”? “O que é que eu faço?” Pensei logo na solução mais fácil, vou rodar o anti-vírus. Foi justamente o que eu fiz, mas tudo continuou como estava antes. Então rodei o anti-spy, nada mudou. Já no apavoramento, fiz a tal da limpeza de disco e da desfragmentação, mas tudo continuou na mesma. Só faltou-me olhar para o computador e dizer: “e agora quem poderá me ajudar?
Passaram-se mais dois ou três dias e toda vez que eu tinha inspiração para escrever alguma coisa, olhava para a tela do monitor e travava longos momentos de reflexão, nos quais ficava pensando se enfrentaria tentar escrever novamente e passar por toda aquela irritação dos dias anteriores. Na verdade, era eu e o computador, uma batalha na qual estava perdendo, aliás o problema já citado começou a dificultar também o uso da internet. Eu tinha de tomar uma solução e solução exige poder de decisão, e já nem sei se eu ainda tinha frente aquele problema. Eu gosto muito de acreditar na minha intuição e ela dizia: “o problema é o mouse”. Acreditando nela, abri o painel de controle e busquei as configurações do mouse. Durante vários minutos, eu tentei descobrir o que estava errado na configuração do mouse e nada. Passado mais um dia e eu estava lá mexendo nas configurações do mouse e nada. Após mais algum tempo, comecei a pensar em reinstalar todo o computador, formatando novamente todo o HD, isto certamente mandaria de volta aquele vírus para o inferno. È isto mesmo, o inferno, era isto que merecia aquele....Desculpe não vou falar o palavrão que me veio à cabeça. Porém havia um problema, eu tinha muitas coisas no computador e para reinstalá-lo, seria preciso toda uma preparação para não sair perdendo nada e um bom tempo de reinstalação. Então pensei, não vou perder esta batalha, Desinstalarei todos os últimos programas instalados no computador, se o vírus veio com um deles, ele será expulso junto ao seu hospedeiro. Comecei a minha batalha, desinstalando e desinstalando programas; desinstalava e testava, e para a minha decepção o problema continuava. Foi então que resolvi ouvir a minha intuição que invadiu a minha mente novamente falando: “é o mouse”. Foi então que finalmente usei minha inteligência para valer, em concomitância com minha intuição e fui ao outro computador, pertencente às minhas filhas, retirei o mouse e substitui o mouse que estava no meu. Foi como um passe de mágica...Tudo ficou perfeito novamente na minha máquina pessoal. Se por um lado estava aliviado, pelo outro, tinha de ouvir a minha intuição dizendo: “por que você não presta atenção no que eu falo?”
Agora, mais aliviado, restava outro problema, comprar um novo mouse. Numa quarta-feira, durante a manhã, peguei o ônibus e segui rumo à Santa Ifigênia, o centro dos aparelhos tecnológicos de São Paulo. Lá chegando, passei por diversas lojas, procurando um mouse interessante para mim e ao mesmo tempo para o meu bolso também. Aliás o mouse tem sido tão importante na minha vida, que eu acho que vivo mais com ele do que com minha esposa. Mouse é uma palavra inglesa, mas o jeitinho brasileiro já a aportuguesou ou a abrasileirou, pois o plural de mouse na língua inglesa é mice e no português quem tem dois, diz: “mouses”.
O mouse tem mudado muito nos últimos anos: na forma e no funcionamento. Lembro-me do primeiro; movimentava-se sobre uma bolinha e agora existem os chamados ópticos e eu, é claro, queria um óptico, pois é muito melhor do que o antigo. Após passar por diversas lojas, eis que me deparei com uma diferente, porque haviam mouses variados. Gostaria de dizer que geralmente gosto das coisas simples, mas aqueles modelos me chamaram a atenção. O primeiro a me chamar a atenção, foi um em forma de carro de corrida, acho que talvez fosse produzido para as pessoas que gostam de carros de corrida, havia um todo florido para uso feminino, mas o que me encantou mesmo, foi um que era ao mesmo tempo: mouse, abajur e ventilador. Para quem nunca viu é até difícil de imaginar como ele seja. Levei dois: um comum, quer dizer um óptico para trabalhar e me divertir no computador e aquele três em um para iluminar e me refrescar de vez em quando.


 
Autor
Xaradaa
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