A chama arde no morro,
queima o mato,
as árvores, eucaliptos
A chama arde no morro
afugenta os pássaros,
a paca, o gado assustado
As chamas consomem os olhares
do povo fixo no ato.
Existe algo misterioso
Por trás daquela atenção.
O que se queimou? Os bens, não interessam,
o mato tornará a crescer, as árvores também,
E daí?
O coração está em chamas,
não há bombeiros para apagar
os sentimentos de medo, de opressão,
E lá se vão os voluntários a enfrentar as chamas
do fogo no morro,
Quem apagará as chamas do fogo intermitente que
te assola, que te espolia...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Setembro, 1976. Sobre um incêndio no Morro dos Corvos, Santanésia, RJ.