Chuva inebriante de faíscas prateadas
Caíram e fizeram perpétua morada
Nos emaranhados mágicos dos cabelos
Teus...
Constelações de estrelas vermelhas
Tingiram tuas argentinas sobrancelhas
Com fluídas tintas dos lábios meus...
Todo mundo se florescia, minha amada,
Até o canto da cotovia, envergonhada,
Emudeceu-se...
Tinhas um vestido de luas esmaltadas,
Com as azuis nebulosas amalgamadas,
Enquanto Febo repousava pelo poente...
Vinha cravado de fúlgidas esmeraldas,
O vestido eivado de aromas da madrugada
Que um dia, remoto, eu lhe dei de presente...
Tens agora os cabelos com os fios estrelados,
Tens tuas sobrancelhas e teus olhos argentados
No teu universo-corpo-constelação...
Exalas substâncias com essências aromáticas,
Com o pulcro mel das frutas temporãs adocicadas
Pelas silvestres hortelãs...
Mulher da rubra face que nunca vi mais linda,
Fada da Terra Encantada, delícia e dádiva divina,
Dona do meu sôfrego coração...
Sinto-me, entre os mortais, o mais privilegiado
Por poder compartilhar o mundo ao teu lado,
Para ti, hoje, faço essa canção.
Beijos! Te amo!
Gyl Ferrys