“Durmo em desesperos profundos
Tormentas em cálices puros
E infectados de ambições
Sonho estar metafisicamente vivo
Quero entrar em transe profundo
Acordar ao fim do dia
Voltar a dormir na manhã seguinte
Falo poeticamente da desgraça,
Sublimo meu resfriado coração
Ao passo da sua rotina
Vôo aos vazantes ares novos
Tudo era sempre esperado
Tudo vilmente escorraçado mar adentro
E as lágrimas já não ardem tanto,
Tanto que nem as tenho
Tento não ser-te sonho
Tento estar no dia, em dia
Em grande letargia com o mundo
Nem sempre tenho sorte;
Hei, ainda não vá embora...
Mostre-me como se sorri
Leva meu sangue e o destile”
Ouro Preto, 26 maio 2007)
Rômulo Ferreira