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Meto-vos na cadeia

 
Não te escondas atrás da máscara branca
Que mostras ingénua, pura, divinal.
Já não enganas ninguém
A máscara com que te escondes
É feita do vil metal.

Despe-te
Desce
Aos calabouços dos mortais.

O que é isso?
Perguntas com desdém.
Os calabouços para mim
Não são iguais aos demais.
Os crimes de que me acusam
Usam camisa alva pura
Tão branca como a minha máscara
Que me impedem a clausura.

O vil metal?
Mas que injúria!
Eu processarei quem me acusar
Nestes cargos que comprei
Muito me custou a ganhar.

Demitir-me eu?
Mas nem pensar.

O povo que se esmifre
Que se cosa, que se lixe
Que trabalhe sol a sol
E neste alto paiol
Cá estou eu para o roubar.

Não me insultem ou difamem
Não me teçam nenhuma teia
Porque olhem que daqui onde estou
Meto-vos a todos na cadeia.


Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor

 
Autor
adelaidemonteiro
 
Texto
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Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 08/11/2009 10:42  Atualizado: 08/11/2009 10:42
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2009
Localidade: Cabeça-Boa - Torre de Moncorvo
Mensagens: 2325
 Re: Meto-vos na cadeia
...
POETISA


Não os metas nesse lugar! Eles venderam a alma
para terem alguma coisa...



Beijos




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/11/2009 10:47  Atualizado: 08/11/2009 10:47
 Re: Meto-vos na cadeia
Uma triste realidade, razão pela qual esta sua sátira é bem real e dirigida.
Gostei muito do poema também na forma e no ritmo, que empurram o leitor para a consciência.
Muito bom, gostei muito.