Onde...
existirem espinhos
sêde a rosa,
o aroma,
a essência...
Onde...
houver trevas
sêde a luz,
um farol,
o sol...
Onde...
existirem guerras
sêde a paz,
a bonança,
a verdade...
Onde...
houver desertos
sêde um oásis
a sombra
o silêncio...
Onde...
existirem desencontros
sêde a união,
o acerto,
a reconciliação...
Onde...
houver chamas
sêde o bombeiro,
o braço amigo,
a escada, o degrau...
Onde...
faltar o pão
sêde o trigo,
a semente,
a ceia...
Onde...
brotar a tristeza
sêde o sorriso,
a fé, a força,
a esperança...
Onde...
faltar a estrada
sêde um caminho,
a bússola,
um guia, um anjo...
Onde
brotar a vingança
sêde a palavra,
o carinho,
o perdão, a concórdia...
Onde
faltar a água
sêde a fonte,
o cacto,
a seiva...
Onde
brotar o ódio
sêde o amor,
a semear,
a germinar, a crescer...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito na Primavera de 1979, revisitado na Primavera de 2009. Homenagem a todos os corações solidários e aos espíritos de luz que viveram entre nós, particularmente, a Jesus, São Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce.
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