Abre-se o girassol sob a luz de sol
Abre-se a janela na claridade
Ouve-se um canto de pássaro, um rouxinol
Ah! Que despertar precoce.
Espreita-se movimento de rua
Joga-se a cortina a afastar olhares, poeira,
Abre-se a boca, é hora de espreguiçar, soltar os braços
Indiferença de bocejo com a pasta nos dentes.
Abre-se a torneira, a jorrar água na paixão do rosto
Julga-se feliz na ceia de pão e água
Vaie para a estação à espera do trem sempre cheio
Entre olhares espreita-se a multidão aflita.
Abre a porta do escritório e senta-se
Correspondências mil, desejos zero.
É hora de trabalhar, não de pensar, queixar-se
Querer dinheiro, não ser boêmio, vagabundo e duro.
AjAraújo, o poeta humanista.