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tutuguri

 
em glória ao sol negro
são aspergidos do terreno
mascada mescalina intravenosa
em círculos de fogo
e gemem corpos hermafroditas

são inalados sopros do inato
totalizados melódicos
contorcidos de dançáveis coiotes

deglutidos palpitantes lunares
eternizam o refulgente espírito
e da chama cega
nunca mais

iluminado entrave da vereda
com sombras
projectadas do negro ao negro
ejaculadas das palavras do pensamento

os gritos ensalivam
e escarram
cruzes subterrâneas

do centro ponteado nos cardiais
a translação
para a aparição que se fulmina

fixadas consciências
que vivem do intangível
e
os bailados nas lufadas de noite
que açoitam
brotam celestes

as peles arrastam esqueletos
ressuscitados
clamadores do metal e do corno

a trovoada de ventre aberto
é sorvida pelo gládio
entre baço e coração
até à última gota
de sangue

do ígneo pairado sobre negrume
golfada sulfurosa
que jorra
intrínsecos géneses de caos
e
o incandescente interior é crepúsculo
implantado em fervor

chama sombria que vive
dos obscuros vapores
noite que caminha sobre a noite
o concreto sinestésico encarnado

© Bruno Miguel Resende
 
Autor
Bruno Miguel Resende
 
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Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 27/10/2009 09:48  Atualizado: 27/10/2009 09:48
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: tutuguri
e no fervor do caos deleito-me sobre a minha morte.

beijo


Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 27/10/2009 22:34  Atualizado: 27/10/2009 22:34
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: tutuguri
a noite que caminha sobre a noite...é já um poema...