OS POEMAS DE AMOR MORRERAM

fhatima,

a situação é mais grave. dos poemas de amor que se lê, o difícil é descobrir qual o menos ruim ou qual provoca menos enjoo. agora há poemas de amor e POEMAS DE AMOR.

carinho,

j.

meu caro rui miguel,

obrigado pelo comentário sóbrio e inteligente. você pegou a intenção do poema. quando eu digo que os poemas morreram, eu estou defendendo a poesia. porque a poesia, antes de tudo, é a magia das palavras. a emoção e o sentimento não devem superar a palavra. fosse assim, todo mundo era poeta. o sujeito leva um fora da mulher ou vice-versa, escreve, movido por uma dor-de-corno, uma porção de asnices e sai dizendo que é poesia. melhor seria que o(a)desamado(a) tomasse um porre e não escrevesse nada. sentimento e emoção são importantes, sim. mas nunca, em poesia, estão primeiro plano. a palavra deve ser respeitada. quem diz "eu escrevo o que eu sinto", eu sinto muito. mallarmé dizia: "um poema não se faz com sentimentos, mas com ideias." claro que dois grandes poetas do amor - vinícius de moraes, no brasil, e eugénio de andrade, em portugal - nem sempre sentiram as dores dos seus poemas de amor. assim fosse, teriam morrido antes do tempo. ou ficado loucos.

abraço,

j.

Mas isso é tão óbvio, se todo o belo poema fosse escrito com sentimento verdadeiro, tinhamos poeta morto todos os dias no jornal.

Eu escrevo com sentimento sim (e se não o tiver prefiro não escrever),mas durante a escrita, inspiro o sentimento momentâneamente, raciocino, procuro a palavra mais clarificante e que melhor se encaixa na próxima já pensada também, e aí sim, escrevo.

de pleno acordo. quando meu pai morreu, vítima da ditadura militar no brasil - ele era militante comunista, como eu sou até hoje - levei um ano para escrever uma elegia pra ele.

j.

na poesia a palavra está acima da emoção. se um poema fosse só emoção, todo mundo seria poeta. poesia, gladys, é arte mágica das palavras. emoção nem sempre é sensibilidade. emoção passa no dia seguinte. sensibilidade, quem tem, tem pra vida inteira. veja bem, se eu fosse tão duro assim, a poeta portuguesa mel de carvalho, que você conhece daqui, não teria convidado a mim, um brasileiro, que ela nunca viu na vida, para prefaciar seu livro No Princípio Era Sol. aliás, quem deu a ela o epíteto de A Poeta do Amor fui eu. mas a palavra em primeiro lugar. a emoção depois. do contrário, não é poesia é dor de corno.

carinho,

j.

o belo nem sempre é belo. por exemplo, a atriz vera fischer, durante anos, foi considerada a mulher mais linda do brasil. a mim nunca me disse nada. a lucélia santos, também atriz, a mim sempre foi um charme, mesmo sendo vesga.uma tela que retrata uma mulher perfeita, desde que inventaram a fotografia, acho insignificante. um borrão feito por sabe mexer com as cores pode se tornar belíssimo.

beijo,

j.

Belo? Beleza? Qual beleza? E ela importa?

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=104314

domingos, e morreram porque eugénio de andrade e vinícius morreram. se um dia eles ressuscitarem dos mortos, certamente os POEMAS DE AMOR ressuscitam também.

abraço.

j.

E outros, não só Eugénio ou Vinícius, também Camões, talvez o melhor de todos, mas muitos mais.
E já agora vou publicar um poema com o título" ensaio sobre o amor" e ainda por cima um amaldiçoado soneto (rss.)

DM

irmão silveira,

só mesmo o gênio do gullar pra ter uma sacada assim.

beijão.

j.

Amén!

maria joão,

eu quis dizer, mais ou menos, que há poemas de amor e POEMAS DE AMOR. com alguma reserva, mallarmé estava certo ao dizer: "Um poema se faz com ideias, não com sentimentos." não vou a tanto, mas acima de tudo o poema se faz com a palavras, quem escreve sobre sentimentos, acho eu, deve consultar um analista. porque se poetas, como vinícius de moraes e eugénio de andrade - especialistas em poemas de amor - escrevessem movidos por sentimentos, por certo teriam morrido bem mais cedo. e ao que sei, nenhum deles se suicidou. se todo escrito fosse movido apenas a sentimentos, todo mundo seria poeta. poesia é a palavra em estado mágico. então a arte de lidar com as palavras está acima de qualquer sentimento. um poeta de verdade não precisa amar ou estar amando ou com dor-de-corno para fazer um poema de amor ou solidão. eu nunca cri em inspiração por exemplo. creio em em ideias que me agradam e que vou procurar trabalhá-las, dando-lhes forma, vida e cores - alegres ou tristes.

beijos.

j.

por certo que haverá poemas de amor e POEMAS de AMOR, poemas e POEMAS.

eu entendi o que quizeste dizer..entendeste o que eu disse?

beijo

foi isso mesmo. porque o que se publica de baboseira por aí... é como diz o domingos da mota, se eu estiver errado, ele que me corrija: "quantas árvores são abatidas para a publicação de besteiras." no brasil, por exemplo, há mais poetas que leitores.

beijo,

j.

ps: ser poeta aos 20 anos, quando ainda se sonha, é fácil. quando se chega a uma idade mais madura, sem a referência do sonho, ou o sujeito é louco ou é poeta mesmo. pode acumular as duas coisas.

opah! isso já não sei...nem tenho nada publicado, nem sou louca, nem sou poeta...qual será o meu catálogo?


leitora, isso eu sei que sou.


beijo

eu nunca permitiria esse tipo de lugar para ler os meus poemas, embora por dinheiro já o tenha feito, e até aturado alguns candidatos a poetas que me vieram mostrar seus escritos de paixão. a poesia deve fugir da academia. um poema não é um teorema. mas é a arte de fazer mágica com as palavras, independente dos sentimentos. não preciso morrer para escrever sobre a morte. isso era problema do chico xavier e seus pares.sentimento e sensibilidade poética são coisas distintas: o sentimento morre. eu fui claro quando disse que há poemas de amor e POEMAS DE AMOR. os POEMAS DE AMOR são raros. quem sabe se vinícius e eugénio de andrade ressuscitarem dos mortos, os POEMAS DE AMOR também ressuscitem.

carinho,

j.

gostei da sua sinceridade. claro que também já fiz poemas de amor - não foram poucos. e corro o risco de fazer outros. ninguém é perfeito. ninguém está imune a uma gripe rs rs rs...

beijo,

j.

fátima,

algumas pessoas interpretaram mal o meu poema. mas até aí tudo bem. eu quis dizer que há poemas de amor e POEMAS DE AMOR. mais: digo que um poema, qualquer poema, independe do sentimento de quem o escreve. até porque sentimento e sensibilidade poética são coisas distintas. sentimento morre. há pessoas que escrevem sobre o que sentem. eu digo que sinto muito. poesia é arte de fazer mágica com as palavras. a palavra no caso da poesia está acima do sentimento. o poeta não precisa está amando para escrever um poema, porque, penso, que poeta, o poeta de verdade, quando escreve eu, deve estar escrevendo nós - "o poeta é o coração geral", diz paulo césar pinheiro, grande poeta e compositor. aliás, eu publiquei este poema de propósito. e nem novo é. aos vinte anos, enquanto há sonho, todo mundo é poeta. quando se chega aos 50 e já so sonhou o suficiente, se o sujeito continuar a acreditar na poesia, mesmo que não tenha sonhos, aí sim ele ou é louco ou poeta. pode ser as duas coisas. foi isso. pô, eu fui amigo de vinícius moraes. ninguém cantou o amor melhor do que ele. mas ele era, é e será sempre vinícius de moraes. daí o fato de eu ter dito: há poemas de amor e POEMAS DE AMOR. no primeiro caso, acho que, antes de escrever, o melhor seria procurar o analista. a poesia não é feita de dramas pessoais. poesia não é confessionário e nem divã de analista. poesia é trabalho. poeta vem do grego - é aquele ou aquela que faz. daí ser a arte mais difícil. a poesia não aceita meio termo: ou é boa ou é ruim.

carinho,

j.

Entendi perfeitamente seu texto Júlio, e como tal brinquei um pouco com o assunto, pois concordo consigo.
Quanto ao ser real o que o poeta escreve, escrevi á pouco algo sobre isso mesmo para colocar no facebook que diz o seguinte:

“Gosto de escrever ao amor e ao desamor, e independentemente de o fazer bem ou mal confrontei-me algumas vezes com o problema de os indagarem reais ou não… sempre respondi que a maioria era real sim, na imaginação da minha sensibilidade poética!

Fátima Rodrigues “

Meu abraço com carinho

eu também tenho poemas de amor. ninguém é perfeito, rs rs rs... mas eu sabia que esse poema ia trazer problema. aliás, fátima, nem é a primeira vez que eu o publico aqui. ele até é antigo. acho que amanhã vou até publicá-lo no meu blogue. nem gosto muito dele. em nenhum dos meus livros ele entrou. agora que tem muita coisa impublicável por aí e por aqui, tem. e quem publica não se toca. a pessoa precisa ter autocrítica, eu penso. já escrevi coisas bêbado e achava na hora lindas. ia ler no dia seguinte, dava vergonha.

carinho.

j.

meu querido amigo,

eu não sabia que este meu poema fosse causar estrago. aliás, sabia sim. eu disse em vários comentários que há poemas de amor e POEMAS DE AMOR. algumas pessoas, não é o seu caso, que bem sei o seu grau de conhecimento literário, quiseram me atacar com comentários até pueris. será que fariam o mesmo, caso tivessem lido Cartas a um Jofame Poeta, clássico de rilke? será que sabem quem foi rilke? claro que muita gente não leu. e rilke está citado no meu poema. agora que tem muita coisa xaroposa por aí e por aqui, você sabe que tem. poesia é coisa séria, abílio. poesia não é drama pessoal. o poeta, poeta é o coletivo. quando escreve eu, tem de dizer nós, não é? penso que quem diz - ah, eu escrevo o que eu sinto... só me resta responder, eu sinto muito. poesia é trabalho, não sentimentos. acho que tem muito poeta no mundo. eu repito: poemas de amor e POEMAS DE AMOR. quem sabe se vinícius de moraes e eugênio de andrade ressuscitarem dos mortos, os POEMAS DE AMOR ressuscitem também.

abração,

j.

o que esse poema já me deu de dor de cabeça aqui, meu irmão. a maioria não entendeu. mas nem é pra entender.

abração.

j.

ps: que poema lindo o seu no blogue. já o tinha lido aqui, mas hoje li com mais atenção.

eu vi que deu cara, voce mandou muito bem,rs

ps: aquele poema do blog fiz olhando pra "guernica"...
Tou com vontade de postar um agora sobre a "revolução dos cravos", vamos ver...rs
putabraço

pois ponha...

j.

minha amiga margarete,

como eu já disse, há poemas de amor e POEMAS DE AMOR. infelizmente, o que se lê por aí e por aqui é a mesma ladainha, a mesma lenga-lenga, isto quando a coisa também não é mal escrita, o que ocorre com frequência. eu gosto de poesia bem escrita. por isso, sempre li e comentei seus poemas. agora esse treco de "dálias desmaiando nas janelas, meu peito ardendo em chamas", tenha paciência! e é o que mais se vê e lê (eu, por exemplo não leio, e se leio, rio).e insistem em chamar esses lixos de poemas.se eu não gostasse dos poemas de amor bem feitos, o que, repito, são raros, eu desprezava vinícius de moraes e eugênio de andrade. e mais: não teria sido também o prefaciador ou prefacista do livro No Princípio era o Sol,da poeta portuguesa mel de carvalho -
uma especialista em poemas de amor, de boa qualidade.veja que a mel escolheu a mim, um brasileiro, que ela nunca viu na vida, para prefaciar-lhe o livro. e quem deu a ela, mel, o epíteto de "a poeta do amor" fui eu. seus poemas,margarete,também fogem à regra da maioria - eu sempre lhe disse isso. agora alguns imbecis tentaram atirar pedras em mim jogando-me contra o domingos da mota, que é meu amigo. é porque não leram ou fingiram que não leram o comentário feito por ele, domingos, a este meu poema, que eu escrevi mesmo pra encher o saco e desafinar o coro dos contentes. se eu desse bola pra torcida, nem entrava em campo. também não leram cartas a um jovem poeta, de rilke, que eu cito no meu poema. e o pior ignoram que poesia também requer senso de humor. é o que falta a muita gente.

te adoro, você sabe.

júlio

Sou eu quem vai escrever um POEMA DE AMOR pra regalar os seus olhos Júlio, fica a promessa pra muito brevemente.

:P

antes, procure aqui um poema meu, rui, chamado Salmo Único. foi postado faz pouco tempo. é que tem uns babacas aqui, que não sabem escrever e tentaram me pôr contra o domingos, que é um dos meus melhores amigos. ele mesmo disse que o poema que escreveu não é um poema de amor. essas pessoas também não leram ou fingiram que não leram o comentário dele feito ao meu poema.

abraços,

j.

cristina,

você sabe que tem muito bagulho aqui. ninguém está obrigado a gostar do que eu escrevo. mas eu não sou obrigado também a gostar de "luares sangrado, volta, meu amado" e outras do gênero. tenho trinta e poucos anos de literatura e poesia, pra mim, é coisa séria. poesia não é confessionário e nem divã de analista. não é mesmo?

um beijo,

julio

isso mesmo...

jinhos
T!na

Não tem o direito de generalizar!

E eu tenho a obrigação de defender quem se exclui do afirmado, incluindo eu, completamente. Sexo? Tenho muito e do bom, mas dispenso, faz parte, mas não é base, da maneira que a minha parceira me conhece, consegue provocar mais prazer com simples carinho do que o acto em si. Materialismo? Faço para merecer o que possuo, possuo tudo por merecimento, e tudo o que possuo pouco passa do necessário. São poucos os prazeres e lúxurias a que me entrego. E tal como eu, há bastantes mais, espero.

Não tem o direito de generalizar!

cara maria florette,

é possível que você esteja certa. talvez por isso, os poemas de amor de hoje são tão mal escritos, melososos, enjoativos e chatos. e por serem tudo isso, provocam diarreia em qualquer apaixonado. ou seja, são capazes de tirar até tesão de menino de 17 anos que vai trepar com a namorada pela primeira vez. os poemas de amor, pelo menos a maioria, são broxantes.

afeto,

j.

o que eu ouvi de merda ontem por causa desse poema, meu amigo. fui, de alguma forma, linchado virtualmente rs rs rs

j.