Folheando antigos textos,
Deparo-me com rabiscos, rascunhos,
Obras empoeiradas, inacabadas,
Demoro-me a finalizar a obra,
tanto pela busca de rimas
quanto pela perfeição da métrica...
Sigo buscando o algo a mais,
O texto que melhor dê a síntese,
como os tons de uma aquarela...
Porém há sempre uma nova colocação,
uma nova disposição, fruto da observação
quiçá da cotidiana inspiração...
Há que se escrever,
inda que seja para se posicionar
ante os acontecimentos do mundo...
Nesses tempos,
sinto que falta essência à palavra,
o discurso é vago, a língua é ferina
Há que se recuperar o poder da fala...
Mesmo sem o rigor de rimas, de métricas,
o verso solto, liberto, tocar o coração dos homens.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Setembro de 2005.