Poemas : 

Oração (03/10/04 - 01:25 a.m)

 
Oração (03/10/04 - 01:25 a.m)
Davys R. de Sousa

Oh, poema, ouçais-me
Que falso é o amor que ao cego
E ao doente de alma enfermiza.
Ei-lo que transvia o homem
E ridiculariza-o com um nó cego
Entre as suas mãos e a alma.

Oh, poema, ouçais-me
Desde poeta o preço escrito:
Insígnia dualista.
Nasceu nu para o mundo
de quem é santo mesmo pecando
contra a luz e a escuridão:
Urnas de tesouros abandonados para Pandoras.

Ouçais-me que o "Dragão" vos acordou
Com tais chamas ardentes no coração
Até queimar-se sobre a oração.
Mas, credo ao que venha para mal,
E rompa vosso rosto
com o pranto, para que vos despertais!
E com tal espada de fogo penetra-vos.

Ouçais-me, oh poema:
Libertais a enganada alma roubada,
o coração desconsolado.
Mesmo que aquele vos atirasse
Contra vós e o ímpeto sumo de amor,
dali, ausencia-se um deus-homem
Que morre e renasce
Com o sol despindo a sombra
Para que se veja, que vós estais vivo!

E aquele à noite aos labirintos paira carpindo,
chorando, chorando, chorando, mesmo morto:
Porque a alma não vive mais.


Davys Sousa
(Caine)

 
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caine
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