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Estrada da esperança

 
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Estrada da esperança

Faz tanto tempo que aquele local deixei
Mas às vezes acordado, penso que sonhei
Que acabei de ouvir há poucos instantes
O som do trotear de uma grande boiada
Que passava fazendo poeira naquela estrada
Com três boiadeiros tocando berrantes

Eu ficava sobre uma mangueira a olhar
Contemplando aquela boiada ali passar
Lembrando-me tenho lágrimas de emoções
Aí passavam muitos bois e passava boiada
E naquela mangueira da beira da estrada
Ficaram desenhados muitos corações

Lembro que uma morena cor de canela
Um dia, gravou o meu nome junto ao dela
No tronco daquela frondosa mangueira
Parece que o tempo volta nessa hora
Mas tudo que é bom na vida, vai embora
Como acabou a estrada de terra e poeira

Mas tudo foi sempre assim e assim será
Para o novo, o velho perde seu lugar
O asfalto cobriu a estrada da esperança
No momento, vejo a tradição se acabar
Mas parece que a boiada está a passar
E o berrante a repicar na lembrança.

jmd/Maringá, 25.10.09


verde

 
Autor
João Marino Delize
 
Texto
Data
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2025
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