Os momentos
em que não estou morto,
são tempos, trazidos por ventos
que me preenchem num assobiar torto.
Estou assim, sem fim
à vista minha ou tua,
mas a maré salga-me a mim
enquanto ela sorri em si, em forma sua.
Então cai a lágrima
mais amarga que me saboreia,
guardo em toda a rima
que solto da minha ideia.
Não sei falar palavras
do que sinto, não sei ser falado,
mas em todas estas quadras
estou guardado.