Estranheza, esta incerteza
que me consome devagar,
abre-me o peito, pela mesa,
e vai remoendo-me sem parar.
Ai, ai, as ideias matam-me,
o pensar é um ruído, tão alto,
que não me deixa dormir, falam-me
sem se calar, e eu na vida não falto.
Sem a menina a meu lado
num momento real, de verdade,
estou assim no meio da rua deitado,
sangrando lágrimas de saudade.
Quero estar morto
mais esquecido, do que quando se foge,
num qualquer canto, por mais torto,
ela está longe.