Detesto-me quando falo
palavras sem sentido,
basta abrir a boca, e não calo
todas as barbaridades a que sou atraído.
Tudo nesta vida acumulo
em mim, dentro deste meu peito,
é duro e até ridículo
chamarem-me de imperfeito.
Eu sou poeta, um escritor
simples e nada mais,
escrevo à vida e ao amor,
palavras que outros choram, esses normais.
Pois as lágrimas
que vão caindo, por ali,
são bem mais puras que as rimas
que deixo em ouvidos por aí.
Nesta dura calçada
sigo o meu caminho,
sem ti, sem nada,
não me vejo sozinho.