Que belo ler estas palavras soltas,
uma certa ironia no contentamento,
feliz se as soltas em direção ao vento,
feliz não morreres para escreveres mais,
e que palavras tais!
cheias de eu em todas as frases,
parecendo as lápides colocadas no final do enterro
a morte não te salva!
e a vida deixa-te louco!
escreve só mais um pouco..
mas não deixes o meu nome à vista,
chamo-me vida serena.
Mas de serena vida nada tive, apenas uns golpes
certos golpes empresariais.
já não quero morrer, não por mim nem outra gente!
e viver será que vale a pena?
se pudesse viver mais um pouco..
mas as minhas palavras mais parecem de um homem
rouco..,
posto em mim a terra, sinto-me morrer por dentro
e agora que faço?
mais pareço um bicho mais vivo que morto,
e rasgo as unhas com palavras usadas,
já nem sei o que escrevo..
não escrevo nada de jeito,
apenas sinto dor, tão grande no peito!
Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)