Estivera eu ausente, desta vida descabida;
Proibido pelas palavras de viver a minha vida,
Calado no remorso por um tempo infinito;
Sem rostos, sem traços, ou algo bonito.
Estivera eu ausente tropeçando em pensamentos;
Perdido em teus braços, mesmo que por momentos,
Ou simplesmente sonhei ou sorri dormindo;
Enquanto todo o presente me foi fugindo.
Estivera eu ausente, desta vida descabida;
E haveria um vazio tão grande de gente perdida,
Encontrando-me, protejo-te mesmo arriscando;
Com o amor que sinto e um passado, passando.
Mal me sinto, mas porque existo?
Sentindo uma dor crescente, em tudo o que arrisco,
Por um olhar, um gesto, como uma viagem de ida;
Sem regresso, estivera eu ausente desta vida descabida?
Manuel Rodrigues