A medicina – arte que abraçamos – avança de forma inexorável, em conquistas e inovações tecnológicas Na descoberta de novos procedimentos e terapêuticas No decifrar do código da vida – o genoma
Com tanto progresso e desenvolvimento Alcançados ao longo de séculos desde a anatomia de Galeno O médico – figura que ainda goza de respeitabilidade na sociedade (Cujos pleitos pelo Estado são ignorados, Os salários são cronicamente aviltados, Pelos seguros e planos de “saúde” explorados, E pelas mazelas do sistema são sistematicamente responsabilizados.)
Paradoxalmente, exerce sua arte no limite da sua dignidade. Sequer o ato médico tem a sua regulamentação em lei definida Tampouco o esforço hercúleo de cuidar do bem mais precioso – a saúde Tem a retribuição justa do seu trabalho em prol da vida
Médicos, de cuidadores passam a merecer cuidados da sociedade (Que muitas vezes os vêem como saudáveis Portadores de condições de saúde invejáveis Não podendo sequer dar-se ao luxo de um descanso Ou, de precisarem faltar ao ofício, por imprevisível adoecimento.)
Males omitidos, negados (ou sequer admitidos) pelos próprios médicos Como o crônico estresse, as longas jornadas sem pausas, sem lazer ou ócios O escasso tempo para se atualizar, assistir pacientes e tomar decisões As oscilações do humor – ansiedade, depressão – as frustrações
Tornam a pessoa do médico especialmente frágil (apesar da postura eivada de mitos e crenças equivocados de certa “imunidade” que lhes seria conferida pela “Divindade”) A buscar compensações para o combalido corpo-mente, em busca da alteridade As dependências têm assim campo para se estabelecerem nesta vulnerabilidade Por isso, estejamos atentos a cuidar de nós próprios e buscar ajuda de forma ágil...
Que haja um Dia da Saúde do Médico, Quem cuida precisa ter (auto?) cuidado... Infelizmente, este é um tema por demais relegado Urge, precisamos deste olhar sobre nosso próprio comportamento!