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Não serei eu, mas estarei por aqui...

 
Vi a morte perto de quem amo,
Vi o amor longe de quem choro,
Choro diariamente, por quem engano,
Engano, erro, minto e com certeza me ignoro…

Fujo para sempre, abandono tudo
Fujo para sempre, e não ainda longe
Olho para trás e observo contudo
Que não sou eu quem foge, mas és tu que se esconde.

Por agora e no que diz respeito ao meu egocentrismo, fico-me por aqui.
Voltarei em breve com os meus pensamentos um pouco mais arrumados, vou apagar as luzes e fazer o que posso, vou-me ausentar por momentos e espero ser breve, voltarei limpinho, serei o mesmo, … um pouco agoniado talvez mas decerto com uma ideia presente de corrigir o passado construindo o futuro organizando o presente.
O tempo será amigo e conselheiro?! – Mais tarde o direi.
Tenho muito que fazer, mesmo muito trabalho, para tão pouco espaço de tempo. Assumo responsabilidades que me obrigam a ser de novo interrogado, questionado, retirando parte de mim vou colocar a minha vida de lado, caminhando paralelamente a mim, serei eu mesmo mas, vai ter de ser assim.

Vou construir duas caras, vou viver dualidades e duplos pensamentos serei assim por algum tempo, mas será esse tempo que me divide em dois separando de mim a pele de cordeiro, porque quero, porque me proponho a fazê-lo e apresentarei resultados, serei julgado, observado, e condenado a uma qualquer sentença.

Não serei eu, mas estarei por aqui…

Vou escrever sem ser eu, será um exercício estimulante, difícil de entender e quem pensa numa longa espera ou um refugio sem viagem desengane-se, pois não será uma cópia de momentos recentes, mas um tipo de sentença que se escreve com a mão do poder de acordo com o pensamento de outros. Será a escolha, decisão e resultado num só, sem vida ou morte, sem qualquer tipo de paixão, não vai existir o amor ou o ódio, nem guerras ou paz, não será mais nem menos, chá ou café, água ou vinho, será um pouco de tudo e um pouco do nada com inicio e fim até ao sumo abstracto de um quadro por mãos pintado, sem engenho ou arte apenas cor e o peso de um corpo, que vive e sente, mas não se ocupa em ser amado.
Um vegetal? Um objecto? Será diferente, não serei eu novamente, … declarando um fim intimista ao meu eu egoísta.

O Vulto evidente vai continuar, em “posts-by-posts” brilhantes até terminar, porém e pelo seu corpo que se constrói surgiram estes toques diferentes, ocultos na imensidão os ditos textos ocultos, indiferentes mas escritos apenas pelas minhas mãos.


Manuel Rodrigues

 
Autor
Manuel Rodrigues
 
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