Quero em vida
contemplar toda a gente,
para que à saída
saber como se sente,
um ser diferente,
um ser completamente,
a ti,
a vós,
a quem dou voz,
quando as oiço,
assobiar ao vento,
a todo o momento,
eu oiço,
porque me calo,
e então esboço,
o que não falo,
dou voz a todos nós,
destinado a este dom,
que é bom,
e que espero,
ter quem quero,
ter-me a mim,
nada mais,
apenas assim,
ser eu,
e ter-me a mim,
como meu,
e como de ninguém,
se tiver alguém,
direi palavras,
mentirosas,
se falar,
mas em prosas,
escritas,
falarei a verdade,
mais verdadeira,
a realidade,
longe da saudade,
de quem como primeira,
me ensinou a falar,
palavras escrevinhadas,
e imensas de sentimento,
que ficarão diferente de mim,
imortais,
sem iguais,
e eu serei apenas mais um,
por aí,
lembrado como mais um,
que apenas falo para ti.