Às vezes me pego torto,
Pelo avesso, a camisa visto,
Os pensamentos em mar revolto,
Em ações que adiar, insisto...
Às vezes me pego assim triste,
Com a alma errante,
Nos acordes de um andante,
Em ondas naufrago cambaleante...
Às vezes me pego calado
No silêncio de um olhar alado,
No sofrimento de um ser abandonado
Em orações tento evocar o Deus amado...
Porém, às vezes me pego caminhando.
Na nascente de um dia qualquer ousando
Na utopia de um sonho vibrando
Em gestos e passos largos sigo vivendo...
AjAraújo, Outono, 2005.
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