Aos bons samaritanos
Você é desses(as) que quer salvar o mundo, ou apenas está preocupado(a) com o rumo que as coisas estão seguindo? É do tipo que quer ajudar a mudar tudo isso? Quer consertar o mundo e as pessoas? Então lá vai uma ideia.
Não dê ajuda a quem não pediu ajuda.
Não leve mudanças, nem benesses, a quem não as solicitou.
Não acredite que o seu modo de vida seja o único bom e que por isso você tenha que espalhá-lo pelo mundo inteiro.
Acredite sim em seu deus, se você tiver algum; mas não pense que ele é o único com direitos sobre a crença da humanidade. Outros povos possuem outros deuses tão verdadeiros quanto o(s) seu(s).
Por mais que a sua vida seja boa, não imponha seu modo de viver a ninguém.
Ainda que os alimentos com os quais você trás nutrição ao seu corpo sejam maravilhosos, as outras pessoas que se alimentam de comidas diferentes e, aparentemente, estranhas também estão sendo nutridas há milênios sem que você precise montar o cardápio delas.
Não leve a sua paz a quem não conhece seu conceito de guerra.
Não leve sua guerra àqueles cuja paz você não compreende.
Não acredite que a sua cultura seja melhor; nem tampouco que as outras culturas sejam piores. Pois cultura é um modo de ver, de interagir com sigo mesmo, com as outras pessoas e com o mundo. Logo, cultura não pode ser valorada.
Não acredite que o seu mundo seja bonito, em oposição aos mundos feios dos outros. Cada indivíduo pode por si só identificar o belo e o feio de sua própria realidade.
Não acredite em um bem absoluto, destituído do mal; nem tampouco acredite que você represente esse bem.
Não julgue a atitude alheia sem ao menos buscar saber o porquê, quando e como essa se processou.
Antes de crer em tudo o que te dizem, duvide e tente ser convencido(a) pela razão e não pela emoção de propagandas baratas.
E, por fim, não deseje ao próximo o bem que deseja para si mesmo(a), pois o próximo pode não ter o mesmo gosto que você.