O abafado Crepúsculo em mim
As madrugadas não chegam,
sinto que as noites não me deixam descanso,
busco sempre o melodioso grito pelo abafado crepúsculo em mim,
luto pelo cantar dos pássaros nas manhãs,
canso-me das cigarras nas noites de Verão.
Procuro pelo descanso que não chega
e pela Paz Interna que não me abraça.
Sinto-me perdido,
vagueio pelos templos em ruína,
que confundo com as salas abandonadas do prazer fácil.
Desligo o meu mundo do mundo insano, imerso em deleites,
calo a minha voz,
só ouço o grito mudo das ondas nos rochedos,
liberto-me, suplico, canso-me, oculto-me, dou-me,
sou fumo dos incensos que me enojam,
nos santuários esquecidos, afundados na mestiça dor,
rezo-me a mim mesmo nas águas cálidas,
limpo-me, purifico-me, amaldiçoo o espaço vazio.
Sou imortal.