O relógio da torre avisa:
Já são seis horas!
A noite já se foi,
misteriosa como sempre
E o sol já despertou,
está nascendo no mar,
Há rebuliço de barcos na baía,
na nova manhã em Paquetá.
Pouco ou nada importa nesta hora,
há algo sempre por acontecer,
a expectativa reina
nos espíritos matutinos.
O sono “atrasado” chegou
em mil passadas contadas,
no som longínquo do apito,
da partida da primeira lancha
Lanço um olhar ao luar cansado,
Aprecio cada noite, é como
se outro “ser” governasse
a vida noturna da gente
Afinal, nunca se sabe
quando será a derradeira,
As luzes de neon na discoteca,
vive-se no mundo de penumbras...
Abrem-se as janelas da fantasia,
A noite é pura poesia,
Seja na excitante alegria,
Ou na gritante melancolia...
Quando percebi a chegada
Daquela louca madrugada
Havia já adormecido no sofá
Por onde andara nesta ilusão?
Para curtir os meus fantasmas,
A cabeça rola, cefaleia de ressaca
Pede uma urgente ducha fria
E café forte, sim, uma boa chávena
Depois, tentar adormecer de novo,
Dissipar estes pesadelos, e relaxar...
O sono finalmente chega, e domina
todas as atividades cerebrais...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Setembro de 1978.
Imagem: Nascer do sol na Ilha de Paquetá.