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Oráculos desconhecidos

 
Oráculos desconhecidos

Sou um diário agreste, demolido pela paixão,
umas quantas folhas queimadas de absinto e em deleite pelo delírio.
Inebrio-me comigo, com as profetizas da noite, oráculos desconhecidos.
Sou memória passada, esquecida nas areias molhadas.
Já não mais faço profecias, nem leio mais os tempos idos,
também não mais me aqueço com as lembranças do futuro,
nem com o nascer dos dias, que emergem nos pântanos negros.
Já me deixei de ser,
luz nas moradas obscuras, e trevas nas igrejas destruídas.
Já me deixei de ser,
alimento na dor fácil, e fome no sentimento inexistente.
Já me deixei de ser,
quando me querem e não querem, quando nasço e quando morro,
quando vivo ou me desvaneço,
nos restos calados, abruptos, breves, deixados pelo mar.

 
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jomasipe
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Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 14/10/2009 08:12  Atualizado: 14/10/2009 08:12
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: Oráculos desconhecidos
na permanência da vida o que somos nós se não estranhos,avidos do desconhecido.
gosto de te conhecer e de te ler.

beijo


Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 14/10/2009 12:09  Atualizado: 14/10/2009 12:09
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10799
 Re: Oráculos desconhecidos
Já me deixei de ser
Mas ainda o passado afago
Agora pouco sei do meu lugar.
Irónicamente vou olhando em frente

Amei este poema, que poderia ser meu, se eu o conseguisse escrever tão belo.

abraço
rosa