Ela que cuida do mundo
Ela que toma conta do andamento da própria natureza
Ela está cansada e a garganta seca ao deserto inóspito exaspera.
Ela que resguarda os turnos das formigas
Ela que acaricia os céus furibundos nos dias de chumbo
Ela que ralha com os castores sobre as fundações das represas
Ela está imóvel sob a catástrofe e suas orações colorem os vazios do mistério.
Ela a santa desvirginada em bacanau
Ela a flama mortiça que acalenta aos nevoeiros
Ela a suicida retraída que segue vivendo por covardias
Ela a inata guardiã de todos os véus da moléstia e da loucura
Ela perspira agora valores pueris no coração quixotesco do amante.
Sobre o monte de oliveiras
Tola
Vê o mundo dar suas voltas
Ninguém vem lhe falar
Sabem-na apenas tola
Mas ela vê o mundo dar suas voltas.