Amigos quero nessa noite de calor intenso ouvindo boa música, relembrar momentos bons de um tempo bom de uma vida boa de pessoas boas, chega de deparar com fatos lamentáveis, a vida é tão mágica, tão cheia de atrativos, tão maravilhosa, e se perde muito tempo tentando encontrar soluções para coisas que são óbvias, não estamos sabendo viver, viver é isso: Sorrir, amar, ser amado, correr atrás da felicidade e quando encontrar compartilhar, viver e ter paciência e acreditar que o melhor está por vir, viver é ouvir boa música, ler um bom livro, viver é fazer as coisas sem se importar com o que os outros vão dizer, pois os outros sempre dizem alguma coisa mesmo, viver é dançar quando temos vontade sem se sentir ridículo, viver é deixar rolar uma lágrima quando essa vem, pois se ela vem é porque estamos sentindo algo, e o sentimento contido não faz bem, pode ser de tristeza ou de alegria, viver é não ter vergonha de parecer ridículo, vou dizer abaixo o que um grupo de pessoas faziam a alguns anos atrás que se hoje alguém tentar fazer algo parecido seria tachado de bobo, tolo, só que bobo, tolo é aquele que se droga, aquele que mata, aquele que agride uma criança, vamos lá, vejam o que esse grupo fazia. Esse grupo tinha algo em comum, o gosto pela música, imagina galera vivendo anos 80, década mágica no que diz respeito à música, e achavam o maior barato aquelas pessoas em cima de um palco levando ao delírio as pessoas que assistiam, então resolveram fazer o mesmo, como, da forma mais inusitada que possa parecer, montaram uma trupe que dublava o que tinha de melhor na época em nível de grupos de rock, romântico, nacional, pop, tudo, eles mesmos faziam os instrumentos como guitarra, bateria, baixo, órgão, canhões de luz (duas latas de óleo, colocava-se uma lâmpada e pronto, a mágica das luzes começava), quem ajudava muito nessa fase de confecção dos instrumentos era um amigo nosso que já se foi (saudades, você era uma pessoa muito boa, pena que muitos não conseguiam ver essa bondade, que Deus esteja contigo), até gelo seco faziam, sabem como, vocês vão rir quando ler, pegaram aspirador de pó, inverteram, em vez de aspirar ele passou a expirar, ai quebravam giz, sim giz que os professores usavam nos quadros negros que eram sempre verdes e ainda são, imagina a cena, era deslumbrante, porém, ficavam todos brancos de pó de giz, era o máximo aquilo, se sentiam astros e eram mesmo, pois chegou um tempo que havia gente querendo participar e tinha que passar por teste e tudo fizemos shows só para alegrar as pessoas, depois surgiu necessidade de ajudar uma amiga nossa com uma doença grave e arrecadaram um bom dinheiro, pena que ela se foi (saudades, que Deus com seu amor intenso esteja cuidando de você e temos certeza que está, obrigado meu Deus por cuidar da nossa amiga guerreira), continuando, fizemos shows arrecadando dinheiro para APAE, para reforma do forro da igreja, nossa momentos bons, estou com lágrimas nos olhos agora, pois é inevitável contê-las, pois foram momentos mágicos, momentos de êxtase e acreditem era perfeito a dublagem, pois o grupo estudava os grupos antes de irem ao palco, cito abaixo o que dublavam: Kid Abelha, Ultraje a Rigor, Metro, Leo Jaime, RPM, Camisa de Vênus, Raul Seixas, Trem da Alegria, Legião Urbana, U2, Madona, Cindy Lauper, Kiss, AHA, a emoção bate e não consigo lembrar mais, agora pergunto, isso seria possível hoje, seria, se tivéssemos preparado a transição corretamente, se tivéssemos conseguido que nossas crianças tivessem acesso a coisas boas na televisão, que nas escolas hoje as drogas não entrassem, hoje tudo que é bom é careta e é proibido, não pela lei em si, mas proibido pela incapacidade que temos em entender que tudo é permitido, não nos é negado nada, toda forma de expressão é válida, todo sentimento e válido, desde que não fira o próximo naquilo que lhe é mais caro, sua dignidade. Esse pessoal citado acima participava também de grupo de jovens na igreja, e fugia das regras normais, por isso sempre conseguíamos trazer pessoas novas ao grupo, pois a intenção era isso mesmo, inserir o jovem no contexto de união, de interação, de amor ao próximo, se perguntarem se discutíamos textos bíblicos nessas reuniões, digo que às vezes, debatíamos sim temas atuais, mais o que nos impulsionava para as reuniões era mesmo a necessidade de viver em grupo, de viver em comunhão, saudades, muitas saudades daquele tempo, era muito bom.
Festa junina, nunca mais vi uma quadrilha como aquela. Amigos lembram-se da última, que bom que foi, lembram-se quando estávamos cortando os bambus para ornamentar o espaço da festa, invadimos propriedade particular, nossa, lembram dos banhos na prainha, do tombo espetacular daquele nosso amigo, do time da igreja que ganhava sempre do nosso amigo da rua de baixo (saudades de você também, que Deus também esteja cuidando de ti), pessoas amadas, viram que tempos bons tínhamos, digo que é possível ter de novo, é só não termos vergonha de fazer o que é bom para nós, não importando com os outros. Tenho mais para contar, mas vou deixar para outro dia, o sono aperta e ainda estou ouvindo boa música e com lágrimas nos olhos, pois chega de choro de tristeza, está mais que na hora de chorarmos de alegria. Beijos pessoas amadas lembrem-se, tudo é possível, nada é negado, desde que não fira o outro no que lhe é mais sagrado, sua dignidade.
Fcalmeida