Ontem,
Carregado no teu olhar,
Como uma imagem sépia,
De um abandonado lugar,
Um coração degradado,
Por um beijo roubado,
Que recordo continuamente,
Como teu cabelo dourado…
Pequenos momentos,
Fotografados pela minha memória,
Presos talvez na tua consciência,
E assim me vês como doença,
Como nos teus sonhos,
Onde sou o cúmulo do vulgar,
O cúmulo da indiferença.
Tenho na minha mão,
As fotos desse Verão,
Ao qual choro e grito,
Por entre meros bocejos,
Não esqueci esse sentimento,
Degradado pelo tempo.
Hoje,
Distantes no pensamento,
Vivo daquele casaco manchado,
Que me foi dado pelo vento,
Passado, passado, passado…
Nada passo de uma foto de outrora,
Ou serei um sorriso rasgado?
Peço ao mundo uma vez mais,
Sentir o que nunca senti,
Por querer alcançar o mundo…
Foi a ti que perdi.
Hoje cansado e triste estou,
Escasso me encontro,
E digo baixinho…
Recordar é viver,
E vivo por ti…