Sonetos : 

«« O Inverno que tarda ««

 
Desmembras-te em fissuras de sal
Aqui e ali socalcos macios recordam a água
Ai de ti que tentas disfarçar a mingua
Como quem se despe do fel e do mal

A terra em Outubro é assim afinal
O chão ressequido lembra uma tábua
Onde se espreguiça a formosa lua
Provocando o sol que cobre o beiral

Deste Alentejo ardente em dor
Os sobreiros gemem chamando a chuva
As gentes gritam em silencio o pavor

O Inverno que tarda, e o vento não muda
As chuvas não caem, a terra envelhece
Bramemos aos santos, algum que lhe acuda

Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
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Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 13/10/2009 10:22  Atualizado: 13/10/2009 10:22
Colaborador
Usuário desde: 09/01/2009
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Mensagens: 3482
 Re: «« O Inverno que tarda ««
Belo retrato da paisagem alentejana!

Abraço

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 13/10/2009 12:00  Atualizado: 13/10/2009 12:00
Usuário desde: 28/07/2009
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Mensagens: 10799
 Re: «« O Inverno que tarda ««
E neste embalo a terra adormece
E são as gentes, quem mais pedece.

Linda homenagem a esse Alentejo lindo.

beijo
rosa

Enviado por Tópico
zedaesquina
Publicado: 13/10/2009 13:24  Atualizado: 13/10/2009 13:24
Super Participativo
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 Re: «« O Inverno que tarda ««
Alentejo - soneto - Florbela.
Tudo o que me faz lembrar Florbela me é agradável. Obrigado!

Enviado por Tópico
poesiadeneno
Publicado: 13/10/2009 15:01  Atualizado: 13/10/2009 15:01
Colaborador
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 Re: «« O Inverno que tarda ««
Alentejana,

Um belo soneto, que alerta para um dos grandes problemas do Alentejo- a preocupante falta de água.




Beijos

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 13/10/2009 16:24  Atualizado: 13/10/2009 16:24
Membro de honra
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Localidade: Leiria
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 Re: «« O Inverno que tarda ««
Na aridez da paisagem
encontra-se a beleza infinita
desse Alentejo que tão bem descreves
e que foi terra Mãe da nossa Florbela Espanca.
Gostei muito do teu soneto.
Beijo
Vóny Ferreira