Já é noite novamente
e olhando a cidade pela janela
sinto-me tão pequena,
e apesar da dimensão
que dentro de mim se expande
permaneço minúscula nessa cena...
Em minha cabeça
ainda há o barulho
de tudo que ouvi durante o dia,
como se fossem cotovias
anunciando alguma má sorte.
O meu pensamento ninguém olha,
como se fosse um peso perdido,
é ignorado, abandonado,
além do sul, além do norte.
Na vidraça,o reflexo esfumaçado,
denuncia o corpo cansado
e clandestino nessa paisagem,
imóvel feito uma sentinela.
E numa tristeza indiferente,
que somente a alma é que sente,
ainda lança um sorriso a alguém que passa
do outro lado da janela.
Acima de todo céu chuvoso, nos espiam as estrelas mais brilhantes.Radiante