Conforme combinado e sem rodeios admito, destruí a avareza da posição de quem pensava até ao passado 24º dia, que deste artigo se escapava.
O frio que se faz sentir foi insuficiente para arrefecer a afronta que infligi ao retirar dos ombros um peso morto, um ódio repugnante causado pelo medo dos outros ao seu superior hierárquico, não eu, porque apelo ao respeito e isso diferencia bem refinadamente a postura de quem “colabora” por medo ou “participa” com respeito.
Colocar Rainhas ou Reis de um trono imaginário no seu devido lugar, não é fácil, diria se não o soubesse fazer que é mesmo impossível, ora, desgraçadamente e mais uma vez tive de o repetir, … mas desta vez foi especial, como se fosse a primeira vez, … sim isso mesmo como o primeiro beijo, mas a diferença está não na forma, mas no seu conteúdo.
Dei um beijo frio, seco, envenenado, mas não poderia ser outro beijo, porque só uma serpente se pode deliciar no encontro ou desejo de outra ainda que, bem mais venenosa.
Mudei de pele, preparei o terreno, suspendi o tempo voltei-me sobre mim e ao sentir a presença de uma serpente faminta, ataquei num ápice engoli-a por inteiro sem aviso mas num frente a frente previsível com um desfecho apenas e foi aquele que esperava, o momento da sua frágil destruição porque o mal está desfeito.
Agora continua a existir porque me persegue bem no interior até que seja finalmente digerido, este mal, …
Procuro agora um antídoto bem nocivo, para que este veneno poderoso, não se identifique no meu ser, são os perigos de viver entre o mal, tornarmo-nos num deles.
Manuel Rodrigues
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