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QUANDO O CÃO VALE MAIS QUE A CRIANÇA

 
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Ao Publicar uma matéria sobre os maus-tratos à criança, colocando uma foto, retrato da triste realidade da fome, oriunda do descaso, não só concernente às forças governamentais, porém, de cada um de nós, cidadãos do mundo. Pessoas reagiram se expressando verbalmente, ora, denotando indignação pelo sofrimento exposto, de forma clara através da foto, que, por si só, fala da realidade da subvida, na qual, se encontram tantos outros.

Diante desse quadro, triste e cruel, porém, verdadeiro, realista, disse alguém simplesmente, não ter palavras; outros, ser a matéria forte e comovente. Ainda, houve quem falasse, ser o texto lindo, porém, muito duro!
Pasmei, no entanto, quando li outro comentário a respeito, indagando: “quem quer olhar?...”

Assim, meditando no texto e nas opiniões diversas, através da observância, cheguei a conclusões mais tristes e mais fortes, que a realidade da fome: Infelizmente, a maioria de nós, costuma fugir do que julgamos nos maltratar,... ferir a nossa visão!

Há um dito popular que diz: "O que os olhos não vêem o coração não sente!" Não podemos esquecer, jamais, que ao agirmos desta forma, estaremos entregando seres humanos, nossos irmãos, a dura sorte, ao lixo e/ou a morte! Se podemos fazer o bem e não o fazemos, estaremos a errar.

As grandes conquistas, se originaram das determinações de muitos em agirem. A princípio, pequenas ações que,conduziram homens e mulheres a execução das que se tornaram revolucionárias. Através das quais, hoje, usufruímos sem que percebamos o custo delas.

Para que haja mudanças, é preciso antes de tudo, da conscientização de um povo. Jamais exerceremos cidadania, nos esquivando da triste realidade reinante na nação e no mundo. Aos que dizem diante do triste quadro, não ter palavras, aja! Há casos, em que, as palavras são dispensadas, o melhor discurso é gerado através da ação!

A imagem mexe conosco! É forte! A fome é forte! O leite derramado na pia do abastado é forte! É forte o fato de o mendigo catar do lixo, para comer; é forte a imagem da criança esquelética e ávida pelas migalhas do pão sujo no meio da rua.. é forte!

Quantos tratam o animal como se fosse bebê? Carregando-o orgulhosamente em seus braços; vestindo-o com roupas confeccionadas por lojas especializadas; fazendo-o frequentar semanalmente o salão de beleza... Porém, fecham as portas dos seus carros, levantam os vidros, para não serem incomodados pelas crianças, que catam moedas, para que possam sobreviver ao descaso de todos nós... Não queremos ver, saber, não nos interessa!
Esta não é a nossa realidade, não são nossos filhos, nem parentes – lembra-me o poema de Bertold Brecht:

“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu não era operário.

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”

- E, assim, continuamos tentando convencer a nós mesmos, que não temos nenhuma responsabilidade com tal fato - “Ah.. estão acostumados;” “Os pais os forçam;” “São trombadinhas...” Se ajudarmos estaremos cooperando com a ociosidade dos pais.

– Afirmamos e ainda achamos quem concorde! E, assim, seguimos procurando alívio para a nossa consciência, justificando o nosso descaso diante dos famigerados.

Levamos para o nosso lar, o cão abandonado e faminto – amo os animais, tenho gato e cachorro, alimento-os e zelo pelo bem-estar próprio a cada raça, porém, não me deixarei confundir; não perderei a devida consciência, de que, são cães e não crianças –, e deixamos ao relento, entregues aos múltiplos abusos, os pequeninos, seres humanos.

Aproxima-se o “Dia da Criança” e muitos de nós, ficaremos comovidos com algumas delas, na rua, orfanatos e lhes daremos alimento, roupas, e alguns brinquedos, que não mais servem para os nossos filhos, alguns, serão novos. <b>Afinal, será dia 12 de Outubro!

A mesma mágica que nos inclinou a prática do bem nesta data, funcionará.. congelando à todos os pequeninos, para que assim, suportem a fome,o frio. Voltaremos às vésperas do próximo Natal... OH! OH! OH! OH!</b>


EstherRogessi.Escritora. Mat. UBE Nº 3963. Artigo: Quando o Cão Vale Mais Que a Criança! Imagem: Google.Categoria: Narrativa.10/10/09.
http://muraldosescritores.ning.com/pr ... ndo-o-cao-vale-mais-que-a

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Quando descobri o que sou para Deus a opinião da oposição, a meu respeito perdeu o efeito; quando me conscientizei do que Deus é para mim dispensei intermediários.

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Autor
Esther
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 10/10/2009 22:17  Atualizado: 10/10/2009 22:17
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: QUANDO O CÃO VALE MAIS QUE A CRIANÇA
Um texto forte que apresenta um tema difícil... e também difícil de explicar e de compreender.
A hipocrisia corre na garupa de cavalo veloz em redor do planeta.
Um abraçooo!
Abílio

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 10/10/2009 22:53  Atualizado: 10/10/2009 22:53
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: QUANDO O CÃO VALE MAIS QUE A CRIANÇA
Que excelente texto!
A consciencialização do que se passa no mundo é uma farsa.
Há aqueles que defendem que são os governos que têm que resolver tudo. esquecendo em parte que... o cidadão anónimo pode e deve dar o seu contributo para que a realidade seja minimizada.
Até porque os subsídios estatais acabamos por ser dinheiros públicos que não chegam para tudo.
Se cada cidadão "remediado" deixasse a hipocrisia de lado e cedesse um pouco dos seus excessos, algo poderia ser feito pela fome e os gritantes problemas sociais.

Deixo-me os meus cumprimentos!
Bem haja por ter trazido este texto.
Vóny Ferreira