Fugi bem cedo,
Adormeci a pensar no medo
Num sopro nocturno esqueci os segredos
Em fúria acordei, arrastado pelos enredos.
Adormeci de novo
Empurrado por um sussurro cavernoso
Num faz de conta temporário, em pânico
Resistindo ao tremor desajustado e assim me fico.
Acordo de novo
E volto-me para o lado
E ainda a tremer estico o meu corpo
Tremo sem frio e continuo acordado
Levanto-me e não entendo
O que me está a acontecer
Procuro por uma mão amiga mesmo sabendo
Porque tão longe me encontro? E porque continuo a sofrer?
È um sindroma vertiginoso
Um medo do escuro talvez
Mas porque o amor é teimoso
Vingo-me sozinho, uma e outra vez.
Manuel Rodrigues