Poemas : 

E só. (160)

 
No começo de um fim

Espalham-se os cacos térreos

Da camada sombria de cima

A melodia que esturra nos vácuos

O eco que invade as saliências

O filho do vento que brota

Por entre o orvalho das campinas

Frescos ardores refrescam a dor

Patifes já não somam esforços

Tudo demora a crescer ligeiro

Provém de gotas d’água sólidas

Que ao término das raízes magras

Diluem seus afluentes cortantes.

No intermédio pouco se cria muito

Por que nele se finda curioso o errado

Só é preciso atenção e re-atenção

Não se tem tempo de explicar a retórica

Pouco mede a métrica satirizada

Pois alguma coisa acontece nessas linhas

Nessas linhas de lã escorridas pela face

Transitando por ramais incompletos

Canais subterrâneos obscuros ao ar

Suspiros de luz envoltos em tom de fundo

Do fundo que finda o começo.

Só é o começo...

E só.





26/05/07
Rio Branco.
 
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Diego M.
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/06/2007 21:16  Atualizado: 23/06/2007 21:16
 Re: E só. (160)
Eu gosto dessa liberdade que usa em teus poemas.
Um abraço.

Enviado por Tópico
Carla Costeira
Publicado: 23/06/2007 23:49  Atualizado: 23/06/2007 23:49
Colaborador
Usuário desde: 16/02/2007
Localidade: Sintra
Mensagens: 918
 Re: E só. (160)
Gostei imenso, muito lindo!
Bjs