Lágrimas de Prata I
Descobrem-se em mim as madrugadas mortas,
Podres de orvalho acabado de nascer,
Revolvem-se os mares e os olhos cansados,
Repletos de ocultos abraços por dentro da minha pele.
Comungo da consumação etérea do acto do amor.
Calo-me por dentro só para ouvir o teu gemido.
Silencio a minha dor, abafo meu cárcere,
Sou prisioneiro nas correntes do pensamento.
Um Ser Inerte, devoto do abandono.
Ilumino-me na chama que ecoa pelas chuvas amargas,
Lágrimas de prata,
Caem por entre a tempestade.
Lágrimas de prata,
Ofuscam um mar revolto, que se espelha em mim.